quinta-feira, 26 de julho de 2007

Realidade

O regresso à realidade foi mais duro do que pensei! Fiz todo o processo de mentalização, vivi intensamente as últimas semanas, preparei a partida, organizei a chegada... tudo me fazia pensar que regressar seria um processo suave!

Depois da agitação das primeiros dias, a alegria deu lugar à inquietude e à saudade. Acho que isso foi perfeitamente visível no meu comportamento. Senti-me deslocada, cansada, apática, desorientada... Senti falta dos rostos, do ritmo, das vozes, do verde, dos lagos, da língua estranha, dos sorrisos... Parece dramático, talvez por um momento tenha chegado perto de o ser... a realidade é que vivi intensamente esta experiência, 24horas sobre 24 horas, criaram-se cumplicidades, o nada jamais se repetirá... senti necessidade de fazer o "luto", talvez por esta ter sido, até hoje, a melhor e mais completa experiência da minha vida!

O meu Tio Martinho repete-me diversas vezes que "o caminho faz-se andando", o meu único receio é ficar parada...

1 comentário:

martinho disse...

Confesso que andei distraído no que ao teu blog diz respeito, sobretudo por estar convencido de que o tinhas suspenso por uns tempos... Escreveste pouco, mas o suficiente para percebermos o teu estado de espírito.
Referes o pensamento do poeta Antonio Machado que te tenho repetido: "Caminhante, não há caminho. Faz-se caminho ao andar". Pois é, querida, o que me apetece dizer-te, neste momento, e depois de teres regressado da Suécia há tanto tempo, é que não te vejo a andar. E assim não podes fazer caminho. Dá a impressão que estás parada, à espera não sei de que milagre. Mas os milagres somos nós que os temos que fazer.
E assim o caminho fica por percorrer, e consequentemente por fazer...
Admito que possa estar a falar de cor, sem conhecimento de causa. O que disse pode ser apenas uma leve impressão do que se está a passar contigo, mas é o que eu penso. E como tal aqui fica. Se não corresponde à verdade, desculpa. Caso haja alguma coisa de verdade no que te disse, aproveita o que entenderes. Mas... caminha, não pares de andar pela senda de tudo o que tens aprendido. Nós continuamos a estar contigo. Bjs